PET FLORESTAL

"Como estudante demorei a me envolver em projetos e oportunidades dentro da universidade, coisa que hoje teria feito diferente. Antes de ingressar no PET fui monitor de Álgebra Linear e Matemática A, mas não tinha experimentado nada além disso e das aulas. Nesse meio tempo o grupo PET se renovou e testemunhei colegas de turma e amigos fazendo parte, o que me levou a ter mais contato com as características que essas pessoas cultivavam e compartilhavam e que eram caras a este grupo, características como: responsabilidade, proatividade, solicitude, dinamismo, dedicação, comunicação, confiança, animação e profissionalismo. Essas eram características que eu admirava e ainda admiro, então após o incentivo de um amigo e PETiano na época, Henrique Moura, decidi deixar de lado a insegurança de ser julgado para poder dar uma chance a essa oportunidade. Tinha a vontade de fazer parte de um time e observar como me encaixaria nesse cenário novo e desafiador e, quem sabe, poder trabalhar para compartilhar das mesmas virtudes que os participantes demonstravam. Assim, após o processo seletivo, fui aprovado e ingressei no grupo.

            Os primeiros meses foram de adaptação e muita observação, tendo em vista que era novato e tinha muito a aprender sobre as diversas atividades que o grupo exercia, mas pude contar com o aconselhamento de egressos e também dos outros membros do grupo, em especial meu amigo Felipe Scrhoeder, hoje também egresso. Em especial, fui aprendendo a me organizar enquanto pessoa, pois além das aulas também haviam os compromissos pelo grupo, que eram variados e desejavam igual atenção. Desta forma, o desafio da excelência do gerenciamento do tempo foi uma lição importante e deveras acentuada durante o tempo em que estive no grupo. Um aspecto importante da evolução pessoal foi a capacidade comunicativa, pois o PET deve atingir todos os nichos de alunos do curso e também de fora dele e, devido à variedade de pessoas, incluindo as atividades de extensão com a comunidade, a forma de comunicação deve se ajustar a cada circunstância, exigindo do PETiano a capacidade de adequar sua linguagem de forma consciente, principalmente dentro do próprio grupo, pois diferenças de opiniões sempre irão existir e cabe ao diálogo aberto a responsabilidade por atenuar os ânimos e acertar as divergências. Outra coisa que experimentei foi a expectativa de excelência que outros alunos, e também professores, mantém sobre os PETianos. Isso pode ser um pouco desgastante pela pressão exercida, entretanto vejo como algo produtivo pois prepara o profissional para lidar com situações semelhantes no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo buscava demonstrar que todos eram capazes de estar no grupo e que não havia nada de diferente entre um PETiano e um aluno não participante do programa se não a própria vontade de participar do PET.

            Após os primeiros de adaptação, pude finalmente desfrutar do que o PET guarda de melhor: a oportunidade de realizar projetos em diferentes áreas, com diferentes pessoas, de diferentes maneiras, de movimentar o curso através da organização de eventos e de oferecer suporte sempre que fosse preciso, sempre como um time. Crescer como coletivo sem, no entanto, perder a individualidade: considero este ser o maior desafio dentro do grupo, e o maior aprendizado, pois ele se estende à vida. Saber extrair o melhor de cada um e de si mesmo em prol de um objetivo comum.

            Presenciei a mudança de membros dentro do grupo e pouco a pouco passei de novato para um membro com tempo de casa, mas meus objetivos de experimentar algo novo me fizeram dar despedida ao programa após minha participação, como único representante do grupo, no XXI ENAPET que ocorreu na UNICAMP, e foi nesse congresso, de proporções gigantescas, que pude assimilar a grandeza e a importância desse programa, bem como sua veia política, mais do que tudo. Participar do programa me abriu portas, mas mais importante que isso, abriu novas perspectivas. Indico a todos que participem do PET para que possam tirar suas próprias conclusões."